A condecoração de
António de Araújo Vasques da Cunha Portocarrero, fruto da sua participação na
Guerra Peninsular, apesar de alguma inexactidão histórica sobre que modelo de
Cruz é que lhe foi atribuída, não quisemos mesmo assim de lhe dar o merecido
relevo! De facto, na exposição aqui mesmo publicada da autoria do
próprio barão, teria sido, segundo este, a Cruz de Ouro, a que lhe foi
concedida pelo reconhecimento que teve na campanha que fez contra os invasores
franceses.
Também no livro Resenha
das Famílias Titulares do Reino de Portugal , editado pela Imprensa Nacional de
Lisboa em 1838, a Cruz de Ouro é referida.
De outra fonte e
segundo documento de origem militar da Secretaria dos Negócios da Guerra de 25
de Dezembro de 1820, que gentilmente nos chegou por intermédio de Paulo Jorge
Estrela , teria sido a Cruz
Nº2, ou seja a de Prata! Fica assim por esclarecer qual das condecorações (se a
nº1 ou a nº2) é que verdadeiramente lhe teria sido atribuída.
A propósito desta
condecoração, recebemos de Paulo Jorge Estrela o seguinte esclarecimento adicional:
"Na página 245, e de acordo
com as relações nominais publicadas na Ordem do Dia do Exército nº 31, de 1820,
o Major do Regimento de Cavalaria nº 3, António de Araújo Vasques da Cunha
Portocarrero (mais tarde Barão de Pombalinho ) foi agraciado com a chamada Cruz
de Condecoração, de prata, das Campanhas da Guerra Peninsular, por 2 anos de
campanha, também conhecida por Cruz nº 2 da Guerra Peninsular (2 anos)."
E ainda, a propósito
desta condecoração:
"Já me deparei em algumas
pequenas referências bibliográficas a que teria tido a Cruz de ouro, mas
efectivamente a oficialmente concedida foi a Cruz de prata (para 2 anos de
campanha). Aproveito para informar que por 2 e 3 anos de campanha era concedida
a Cruz de prata e por 4, 5 ou 6, a de ouro. O número constante no reverso da
mesma denotava a concessão averbada. Também lembro que os critérios eram muito
rigorosos e que é possível que ele tivesse estado em serviço durante todos os
anos da chamada Guerra Peninsular, mas se não tivesse feito um mínimo de tempo
por ano em combate ou não tivesse participado em algumas das acções ditas
principais, e como tal não lhe era reconhecido o tempo para efeito da
concessão..."
Documentos e
Texto de: Paulo Jorge Estrela
Cruz de Ouro.
A Cruz da
Guerra Peninsular foi criada pelo Rei D. João VI em 28 de Junho de 1816 para
distinguir os oficiais que participaram nas campanhas da Guerra Peninsular de
1809 a 1814. Em Prata para quem tivesse participado em até 3 campanhas e em
Ouro para quem participasse em 4, 5 ou 6 campanhas.
Ilustração e texto daqui
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